terça-feira, 5 de abril de 2011

Carta aos senhores do Metro

De regresso...

Exmos. Senhores

Antes de mais, venho por este meio agradecer a possibilidade que me oferecem de realizar as minhas caminhadas matinais, que de outra forma, não conseguiria. Mesmo que eu me desleixe com o exercício físico, os senhores são fantásticos na capacidade que têm de me por a andar. E não é fácil conseguir isso! Estou com uma média de caminhada de 1 hora, duas vezes por semana. Muito obrigada!

Queria apenas lembrar-lhes, que apesar de respeitar todo e qualquer direito que os senhores tenham ao vosso direito à greve, ouvi nas notícias que reivindicam os vossos postos e condições de trabalho, como é evidente, mas principalmente a vossa luta é contra os despedimentos. Ora bem, é aqui que não estamos de acordo. Os senhores já pensaram que na vossa luta contra os vossos despedimentos, estão a por em causa outros tantos milhares de despedimentos? Dos milhares de pessoas, que vez após vez, semana após semana, têm chegado atrasadas aos seus postos de trabalho? As faltas são justificadas? Eventualmente serão. Os atrasos são compreendidos? Provavelmente não. E as pessoas que recebem à hora, e que perdem com isso? E as pessoas que já compraram os passes e não são indemnizadas? E mais, têm que investir noutro meio de transporte ou então optar por andar a pé.

Penso que querem sinceramente resolver o vosso problema. Mas não criem problemas a tantos milhares de pessoas. Já pensaram que, se calhar, e isto é só uma coisa hipotética de quem percebe muito pouco do que está a falar, tinham muito mais sucesso se parassem de vez? Se parassem pura e simplesmente?! Provavelmente os vossos patrões iriam dar-vos atenção muito rapidamente. Provavelmente as negociações seriam muito mais céleres. Provavelmente teria um impacto muito maior a nível noticioso. Provavelmente sairíamos todos menos prejudicados.

Pensem nisso senhores do Metro. Já estamos todos a ficar muito cansados.

Com os melhores cumprimentos.

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